A depressão é um transtorno complexo com muitas causas. Muitas pessoas acreditam que, após uma perda ou luto, a depressão se desenvolverá, mas você também deve prestar atenção aos fatores genéticos e biológicos.
Cada vez mais pessoas estão sendo diagnosticadas com transtornos mentais, como depressão. Além dos números absolutos, o fato de haver taxas mais altas dentro das famílias levou à questão de saber se a depressão é herdada.
A depressão, como qualquer outro transtorno mental, não tem uma causa única. Uma infinidade de fatores biológicos, psicológicos e sociais influenciam sua gênese.
Na verdade, o transtorno em si não é hereditário, pois não é uma doença hereditária, mas o que se transmite é a vulnerabilidade para sofrê-la.
No entanto, liberá-lo exige mais do que vulnerabilidade. Um nível suficiente de estresse também é necessário. Essa forma de conceber os transtornos mentais é conhecida como modelo de vulnerabilidade-estresse, e é a mais aceita como explicação para o surgimento de problemas psicológicos.
A depressão é herdada?
Já foi comentado que não se pode afirmar com firmeza que a depressão é hereditária, mas isso não significa que não haja fatores biológicos envolvidos em seu surgimento. O risco de desenvolver depressão é maior se um parente de primeiro grau tiver essa condição.
Mas o fato de haver mais casos de depressão entre as famílias não pode ser explicado apenas com base na genética, mas também graças ao ambiente compartilhado.
Por exemplo, se um pai está deprimido, é mais provável que esse humor negativo se espalhe e a criança o desenvolva.
Separar a influência dos genes e do ambiente não é fácil, uma vez que ambos os fatores influenciam um ao outro. Ou seja, os genes são permeáveis às mudanças do meio ambiente, e isso é conhecido como epigenética.
Não há um único gene envolvido
Existem algumas características que estão sob a influência de um único gene. O mais comum é que vários genes, localizados em vários cromossomos, controlam uma característica específica.
No caso da depressão, não seria de outra forma. De acordo com revisão publicada pela Revista Biomédica, foram identificados pelo menos 200 genes envolvidos na depressão.
Desses 200 genes, é virtualmente impossível determinar qual é o mais importante, uma vez que os genes também influenciam uns aos outros. No entanto, o que é realmente importante não é saber quais genes estão envolvidos, mas como o fazem.
Genes modificam receptores e estruturas
Os genes envolvidos na depressão não atuam diretamente no distúrbio. Em vez disso, genes diferentes interagem entre si para influenciar estruturas e receptores no cérebro.
Essa influência é o que geralmente causa uma deterioração ou perda de eficiência, que por sua vez, gera uma diminuição no funcionamento geral.
De acordo com um estudo publicado na revista Neuropsychiatric Genetics, uma mutação em um gene, 5-HTRLPR, que intervém na recaptação da serotonina, foi identificada na depressão.
A serotonina é um neurotransmissor com múltiplas funções no corpo humano. Entre todas essas funções, tem uma muito especial: regular o humor. Por esse motivo, sua desregulação também é encontrada em outros transtornos psicológicos, como a ansiedade.
Pare de depressão com tudo que está em sua mão
A determinação multicausal da depressão é um aspecto positivo, pois é possível intervir em diferentes causas para evitar que ela apareça. Porém, primeiro é necessário saber quais causas são controláveis e podem ser modificadas e quais são incontroláveis.
Em termos gerais, a grande maioria dos fatores ambientais são modificáveis. Aspectos como o horário do sono, alimentação ou planejamento dos tempos livres devem ser levados em consideração, uma vez que estão diretamente envolvidos na regulação das emoções.
Por fim, é importante notar que a vulnerabilidade à depressão não significa que você acabará desenvolvendo-a. Ser mais propenso não significa que você acabará sofrendo de depressão, desde que tente reduzir o estresse ambiental.
Foto de Sharon McCutcheon no Unsplash
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